quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

sketchs populares



belo trabalho da dupla Joana Galhardas / Rita de La Rochezoire


Nestes Sketches, não há diálogos, ou então são muito curtos. O provérbio aparecerá no fim, em estilo “cinema mudo” (Fundo preto, legendas brancas). Objectivo: tirar o sentido metafórico aos provérbios:


Situação/Provérbio 1

“Dá Deus nozes a quem não tem dentes”

Um mendigo, sentado no chão, chocalha um copo com moedas. Um homem aproxima-se e coloca uns cêntimos. O homem afasta-se e, mais à frente, senta-se num banco de um jardim. Enquanto pensa sobre a vida, com um olhar vazio, surge outro homem “vestido” de Deus e dá-lhe para a mão meia dúzia de nozes. Deus vai-se embora e o homem esboça um sorriso rasgado, sem dentes.

Situação/Provérbio 2

“Quem vai ao mar perde o lugar”

Numa praia deserta, um homem lê um livro, numa daquelas cadeirinhas (de velho). Às tantas levanta-se e vai dar um mergulho. Enquanto isto, chega um outro homem que se senta no seu lugar e continua a ler o seu livro.

Situação/Provérbio 3

“Para bom entendedor, meia palavra basta”

Dois carpinteiros, martelam qualquer coisa, quando um, sem querer, apanha o seu dedo e solta um “DASS!”


Entra um cliente numa farmácia, dirige-se ao balcão e diz para o farmacêutico (com uma voz entupida): “Ia ualuer oisa ara a ôr de abeça!”. O farmacêutico sorri e acena – como se tivesse entendido o pedido –, sai de cena e volta com uma embalagem de comprimidos. O cliente paga e agradece sorrindo.

Situação/Provérbio 4

“Quem tem medo compra um cão”

A acção passa-se numa loja de animais e entra um daqueles tipos género porteiro de discoteca. Um “bisonte” com ar paranóico. Na caixa está uma velhota com cara de má. Apavorado, o homem olha para todo o lado, como se estivesse a ser seguido, enquanto tenta escolher um animal. Quando chega à caixa, leva um chiwawa (ou outro cão de porte pequeno) debaixo do braço.

Situação/Provérbio 5

“Entre marido e mulher não metas a colher”

Num restaurante, um casal com aspecto muito apaixonado, está sentado frente a frente, de mãos dadas, quando chega um empregado com a carta das sobremesas e coloca uma colher na frente do prato de cada um. O empregado vira costas e a mulher, muito indignada, pega na colher e grita: “Olhe, desculpe, o que é isto???”


Situação/Provérbio 6

“O melão e a mulher conhecem-se pelo rabo”

À porta de um mini mercado, um homem escolhe melões. Às tantas dobra-se para vê-los mais de perto e apalpa-os. [plano mais fechado da acção; Ao lado, ao mesmo nível da bancada, está um rabo de senhora] O Homem olha com um ar satisfeito para o rabo e diz: “Amélia!”. [mantém-se o plano a esse nível, das cinturas para baixo] O homem endireita-se e ouve-se “Então, estás boa? Há quanto tempo…”.

Situação/Provérbio 7

“Os homens não se medem aos palmos”

Uma mulher está sentada numa esplanada a ler um jornal. Entretanto repara que a uns metros está um homem de fato branco, olhando para si, a fumar um charuto, encostado a uma árvore. [Planos: Close ups dos olhos, charuto e boca,] Ela vai sorrindo para ele ao mesmo tempo que esconde a cara atrás do jornal. Quando volta a olhar, ele já não está lá. Ela levanta-se à sua procura e repara que, o dito homem (anão), está junto de si, com ar engatatão.

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