sábado, 27 de novembro de 2010

Perfil d'O Anão do Restelo - Joana Galhardas

Características Físicas

1)
≈ 38 Anos de idade
2)
≈ 1,20m de altura
3)
Nanismo pituitário – Membros proporcionais com a estatura
4)
Etnia: Mexicana/Indiana
5)
Rosto pequeno
6)
Nariz saliente
7)
Traços feios e rudes
8)
Corpo franzino
9)
Aumento da Libido – Descontrolada


Características Sociais

1)
Fuma charuto – Como os GRANDES homens
2)
Pouco falador – Comunicação corporal (gestos, olhares, etc.)
3)
Homem predador sexual – Caçador
4)
Típico garanhão da masculinidade hegemónica
5)
Óculos Arnette, no conjunto, dão-lhe um ar cómico


Características Psicológicas

1)
Obsessivo
2)
Ninfomaníaco
3)
Fetichista – Atraído sexualmente por mulheres com mais de 1,60m
4)
Indiscreto
5)
Desinibido
6)
Destemido

Perfil de Personagem (Nuno Carrão)

O David tem 24 anos, é alto, magro e loiro, com o cabelo curto quase rapado e com um corpo ligeiramente atlético. Ele trabalha num hospital como auxiliar e não tem grande sucesso com o sexo oposto pois tem muita falta de auto-confiança e auto-estima derivada à infância conturbada que teve. Ele foi abandonado pelos pais quando ainda era bebé e cresceu num orfanato. Quando tinha 8 anos, uma brincadeira com uns foguetes provocou a morte de um dos colegas de orfanato e este episódio deixou o seu corpo parcialmente queimado. Tem a cara ligeiramente desfigurada e o peito e as costas parcialmente queimados. Este acontecimento marcou-o não pelas suas consequências trágicas mas sim pelo sentimento que despertou nele. Algo que ninguém deve sentir num momento destes. Um sentimento de prazer e satisfação. Todo o seu crescimento foi marcado por aquele sentimento confuso que ele não consegue explicar nem esquecer. Será que deve ser este o seu futuro? Toda a sua vida foi marcada por esta constante batalha para não deixar que este passado violento se apodere da sua existência. Para tentar controlar este sentimento ele automedica-se com algo que rouba do hospital mas mesmo assim ele sente que qualquer novo episódio pode despoletar um futuro que ele quer evitar a todo o custo. Tornar-se violento.

Perfil de Belmira Antunes - Rui Filipe Ferreira


Belmira Antunes tem 25 anos e, como habitual no Portugal do século XXI, vive ainda em casa dos Progenitores. Os Pais de Belmira, especialmente o pai Arnaldo Antunes, são bastante conservadores não tendo por isso Belmira uma vida facilitada. A coisa mais vanguardista que os Pais de Belmira fazem é ver televisão até às onze da noite. Assim, Belmira terminou o curso de arquitectura contra a vontade dos próprios progenitores que tentaram interceder para que estudasse medicina ou advocacia. Para eles, qualquer coisa relacionada com arte representa uma absoluta inutilidade. A única vez que entraram num museu aconteceu porque este era o único ponto de passagem disponível para uma capela que queriam visitar algures no distrito de Braga.

Belmira é uma profunda amante da obra do Arquitecto Catalão, Antoni Gaúdi. Esteve uma vez em Barcelona com o antigo namorado. Viagem que recorda com imensa nostalgia pelas mais inusitadas razões. O então namorado apaixonou-se por uma das empregadas do hotel onde estavam alojados, tendo Belmira regressado sozinha a Lisboa.

Belmira estagia actualmente num atelier de dois arquitectos consagrados que têm por sinal uma relação bastante exaltada entre eles. Por esse motivo, vê-se com frequência no meio das mais bizarras discussões. Uma vez, inclusive, teve de chamar a polícia para serenar os ânimos de um dos patrões que se preparava para afogar o outro numa banheira cheia de tinta roxa. Isto, porque não gostava da cor escolhida pelo sócio para um empreendimento projectado para a Avenida da Liberdade.
Ainda para mais, Belmira é extraordinariamente mal paga, mas como está ainda em início de carreira, à falta de melhor, tem que suportar a presente situação.

Belmira gosta de cinema e de escrita criativa. Relativamente aos amores tem um carácter gélido, talvez derivado à educação rígida que teve. Actualmente, não tem namorado, passando o tempo livre em salas de cinema – gosta particularmente de cinema francês – e a escrever num blogue do qual é mentora, que aludindo ao seu contexto profissional se chama muito justamente: No Atelier da Loucura…

Anónimos Anónimos - sketch de Eliana Sá (turma de humor)

Reunião dos Anónimos Anónimos.
A ambientação é típica de uma reunião dos Alcoólicos Anónimos. No centro de uma sala de escritório ordinária, umas dez cadeiras dispostas em círculo, ao fundo um cartaz com o texto “Anónimos Anóminos”, ao centro um sujeito que anuncia o início de mais uma reunião.
LÍDER
Boa noite. Vamos dar início a mais uma reunião dos Anónimos Anónimos. Quem deseja começar?
Um dos participantes levanta a mão. O líder sinaliza que a mulher pode prosseguir. Ela levanta-se e toma a palavra, timidamente.
LÚCIA
Boa noite, chamo-me Lúcia Costa, sou guionista e hoje não criei nenhuma situação parodiando reuniões de grupos de ajuda anónimos.
Todos os participantes batem palmas. Lúcia enche-se de orgulho.
LÍDER
Muito bem! E ontem?
Lúcia volta a ficar cabisbaixa.
LÚCIA
Estava com os amigas a jogar conversa fora e a determinada altura entra no restaurante a Cinha Jardim e eu disse que ela devia inscrever-se nos Botoxes Anónimos.
Lúcia desata a chorar. Todos abanam as cabeças decepcionados.
O líder volta-se para outro participante.
LÍDER
E você, Carlos, o que nos conta?
Carlos levanta-se muito abatido e fala hesitante.
CARLOS
Ontem eu não escrevi nada parodiando reuniões de anónimos, mas hoje pediram-me para escrever um obituário… e quando dei por mim estava a imaginar uma reunião dos Defuntos Anónimos…
LÍDER
(preocupado)
Mas não botaste isso no papel, pois não?
CARLOS
Não! Eu só pensei! Não escrevi nada!
Outro participante interrompe, pedindo a palavra. O líder sinaliza que sim.
PARTICIPANTE 4
A reunião dos defuntos anónimos podia começar assim: “Meu nome é fulano de tal e hoje eu não morri.”
Um outro participante não resiste e acrescenta:
PARTICIPANTE 5
Ahahahaha, e outro dizia, “eu costumava morrer 8 vezes por dia, foi por isso que eu vim aqui.”
PARTICIPANTE 6
Boa! E aí o Keith Richards aparecia e…
Todos os participantes, com a exceção do líder, embarcam na piada.
O líder enfurece-se.
LÍDER
Parem com isso!!!
Os participantes dão por si e começam a chorar.
LÍDER
A reunião está encerrada. Deixo-vos dois temas para refletirem. Um: não existe cura definitiva. Dois: nos Defuntos Anónimos, no lugar de Keith Richards fica muito melhor a Lili Caneças.

SEXHOTEL de Cláudio Almeida e João Veiga (turma de humor)




























TAKE-AWAY (sketch/auto-paródia: Jorge Geraldo/Rafael Videira - Turma de Humor)

INT. SALA DE FORMAÇÃO HOTEL AMAZÓNIA. NOITE
NUNO E BORGES preparam-se para iniciar mais uma sessão de Escrita de Humor. Os formandos estão sentados e pela primeira vez, estão todos presentes e a horas.

INTERTÍTULO
19h30
NUNO
Boa noite, vamos então iniciar mais esta sessão.
JORGE
(interrompe)
Desculpem lá, vim directo de Coimbra, acham que dá só para ir lá fora comer umas bolachitas?
NUNO
Ok, vamos todos que assim, depois, é tudo de uma assentada.
SAEM TODOS DA SALA.
INTERTÍTULO
19H58
VOLTAM TODOS A ENTRAR NA SALA E OCUPAM OS LUGARES.

BORGES
Ora muito bem, a escrita de sketches vai dominar a sessão de hoje.
RAFAEL
Antes que fique tarde, será que dá para despachar já o jantar e depois trabalhar a sério?
BORGES
Boa ideia. Vou mandar vir umas pizzas para o pessoal.
BORGES PEGA NO TELEFONE E LIGA PARA AS PIZZAS.
INTERTÍTULO
20H10
BORGES
Chegaram as pizzas, ‘bora’ comer.
SAEM TODOS DA SALA.
INTERTÍTULO
21H30
VOLTAM TODOS A ENTRAR NA SALA E A OCUPAR OS LUGARES.

NUNO
Vamos agora falar sobre a punchline.
RUI
O que ia bem agora, era um cafezinho.
NUNO
Boa, vamos todos tomar café.
SAEM TODOS DA SALA NOVAMENTE.
INTERTÍTULO
21H50
VOLTAM TODOS À SALA E SENTAM-SE PELA ÚLTIMA VEZ.

BORGES
(olha para o relógio)
Bem, já são... 21h51, como isto hoje correu bem, vou deixar-vos sair mais cedo, até para a semana.

FIM

Perfil de Personagem (Amílcar Monteiro - turma de humor)

A – Lado Físico

Homem, com cerca de 40 anos de idade, estatura média, magro, olhos castanhos, cabelo castanho comprido, um pouco abaixo dos ombros, com “entradas” de calvície ao nível da testa. Tem normalmente barba por fazer de 1 dia.

Veste-se de forma simples, geralmente com calças de ganga e ténis, t-shirts de cores neutras e um colete também de cor neutra.

O seu andar caracteriza-se por ser apressado, com passos curtos e rápidos, costas muito direitas e ombros ligeiramente flectidos para trás.

Carrega, muitas vezes, ramos de flores variadas.



B – Lado Psicológico

Homossexual, assumido e perfeitamente à vontade com a sua orientação sexual, decidido e confiante, bastante sociável, interagindo com todas as pessoas que conhece do bairro onde vive e trabalha. É alguém que está sempre pronto a ajudar quando lhe solicitam ajuda.

Fala muito alto, para que todos à volta o oiçam, tendo sempre uma resposta pronta para quem se mete com ele. Gosta de se meter e mandar bocas a todos os que conhece, e embora a forma como diz as coisas seja algo agressiva, não o faz com intuito de ofender os outros, mas sim mais com uma finalidade cómica.

É uma pessoa que tem poucos recursos económicos e, como tal, trabalha bastante, andando constatemente de um lado para o outro, em prol da sua profissão e de conseguir dinheiro para subsistir.

Quando se refere a si mesmo fá-lo no género feminino (ex: “Ai, hoje estou cansada”). Usa muitas interjeições do tipo “Ai”, “Oh mulher”, entre outras, características de um dicurso estereotipado de um homem homossexual. Nunca se queixa dos seus problemas, optando por comentar os problemas dos outros, quer a nível do bairro quer a nível social. Quando calado, transparece um ar de confiança e de um pouco de arrogância.



C – Lado Social

É de estatuto socioeconómico baixo, pobre, vivendo num bairro social num apartamento que lhe foi concedido pela câmara. Antes de residir neste bairro social, vivia no Casal Ventoso, à semelhança da maior parte das pessoas que são suas vizinhas. No bairro onde vive, existem muitos traficantes de droga e pessoas agressivas e perigosas, já acontecendo terem sido alvejadas algumas pessoas. Apesar de se poder pensar que a persongagem e os traficantes não se iriam dar bem, uma vez que vivem no mesmo sítio há tanto tempo, os traficantes respeitam-no, mantendo com ele um relacionamento saudável que consiste em mandarem bocas uns aos outros, embora se entreajudem sempre que é necessário.

Prefere relacionar-se com mulheres, da sua faixa etária ou mais velhas, embora se dê bem com toda a gente. Quando interage com os outros, fá-lo de forma cómica, divertindo todos à sua volta com os seus comentários directos e nada subtis.

A sua profissão é ser florista, mais concretamente fazer arranjos de flores para lojas de flores perto do sítio onde reside. Trabalha nos seus arranjos em casa, durante a manhã e início da tarde, sendo que depois se dirige às lojas de flores para as entregar. Durante o dia, faz intervalos para ir ao café do bairro, onde a maior parte da vida social do bairro acontece, e onde interage com todos os seus vizinhos.

Perfil de Personagem (Eliana Sá - Turma de Humor)

Tom Taylor

Tem 62 anos, é um pouco barrigudo e, para além das entradas na testa, ostenta uma vasta cabeleira tingida de preto e avolumada à base de muita mousse e laca.
Foi líder de uma banda heavy metal que dominou as paradas de sucesso mundiais em meados dos anos 70. Como foi famoso em escala planetária nos anos 70, até hoje é bastante conhecido.
Ficou milionário, comprou um castelo e quando cansou da vida de rock star, acabou com a banda. Viveu feliz seus anos de relativo ostracismo, financiados pelos royalties das vendas de discos que, apesar do fim da banda, continuaram de vento em popa.
Contudo, com o advento da internet e da pirataria online, os discos pararam de vender e a fonte secou. Para poder manter seu estilo de vida abastado, Tom Taylor viu-se obrigado a reagrupar a lendária banda e sair em turnê mundial.
O problema é que Tom Taylor já teve a sua cota de sex, drugs & rock’n’roll e não tem mais a mínima paciência para o show business. Tudo o que ele queria era continuar quieto em seu castelo, a levar sua vida de senhor reformado e abastado.
Irrita-o ter de estar permanentemente a viajar, a viver em quartos de hotéis. Já conhece quase todos os países do mundo e não tem a mínima satisfação em revê-los. Detesta ter de estar a dar autógrafos, tem verdadeira hojeriza aos fãs que 40 anos depois continuam a vestir-se com camisolas pretas de motivos satânicos. Despreza o cenário macabro de seus shows, acha que aquilo não passa de um parque temático para gente que gosta de ser do contra. Sente-se ridículo no papel de mestre de cerimônias de um mundo que, mesmo macabro, é não é menos fantasioso que a Disneyland. Odeia ter que voltar a usar o figurino heavy metal. Acha-o piroso, as calças colantes incomodam-no demais, é obrigado a estar em permanente dieta para ficar minimamente decente nelas, sem falar que agora que tem 60 e tal anos, também tem que usar um suspensório testicular sob as tais calças.
Quando pode ser ele mesmo gosta de vestir calças de fato treino confortáveis e prosaicas camisas de malha da Wal-Mart. Ainda assim não é deixado em paz: quem o reconhece na rua costuma comentar, em voz alta, para que ele possa ouvir, como ele anda mal vestido para quem tem tanto dinheiro.
Os cabelos são outro problema. Para seu desgosto, por causa do retorno da banda teve que deixá-los crescer, ele que já estava tão habituado à praticidade dos cabelos curtos. Junto com os anos de mocidade foi-se embora também a paciência, e nada exaspera mais Tom Taylor que passar longas horas sentado a ter seus cabelos preparados antes de cada show. Sem falar no ridículo que é ser meio careca pela frente e meio Sansão por trás.
Os companheiros de banda são igualmente insuportáveis. O baixista, antigo amigo da adolescência, na verdade jamais saiu da adolescência e está nas nuvens com o revival da banda e dos velhos tempos de glamour. A alegria dele faz o estômago de Tom Taylos dar voltas. O guitarrista está com os neurónios tão gratinados por anos e anos de consumo de drogas que não se apercebe de quase nada do que acontece ao seu redor. Vive num universo paralelo que é só seu. O baterista original morreu de overdose nos anos 80 e a cada show um baterista novo ocupa o seu lugar, pois Tom Taylor dá sempre um jeito de arrumar uma briga com cada baterista que aparece.
O empresário da banda é o mesmo de sempre e está mais ganancioso do que nunca. Está sempre a inventar novas turnês, novas entrevistas, novos factóides, tudo que possa render mais dinheiro. Volta e meia apresenta a Tom Taylor um projeto de reality show para ele estrelar, cada um mais estapafúrdio do que o outro, o que leva o contrariado rock star à loucura.
Tom Taylor despreza a fama mas muitas vezes fraqueja e usa-a para benefício próprio. Nestas ocasiões, quando não é pego em contradição, é acometido por crises de consciência.
A tragédia de Tom Taylor é que ele tem perfeita consciência de que o tempo passou, ele envelheceu e há muito tempo deixou de ser a pessoa que o público e os media ainda insistem em ver nele. A comédia de Tom Taylor é que ele não perde uma oportunidade para destilar seu sarcasmo contra um star-system com o qual muitas pessoas sonham mas que ele, que o conhece de dentro, despreza.
Acima de tudo, Tom Taylor odeia a si próprio por não conseguir mandar o dinheiro às favas e deixar de desempenhar este papel no qual não se sente mais confortável. Sem o revival da banda, não haveria como sustentar o castelo, os hábitos de consumo da mulher 30 anos mais nova, as exigências dos filhos mimados e disfuncionais e a sua coleção de cravos renascentistas.
Tom Taylor, um velho rabugento travestido de ídolo rock.

Físico: Velho, barrigudinho, meio careca na frente e cabeludo atrás, roupas heavy-metal inadequadas para a sua idade e porte físico.
Social: Idolatrado por um determinado nicho social, adulado pelos que o rodeiam, vigiado pelos media.
Psicológico: Sente-se desajustado à imagem que as pessoas têm dele e àquilo que esperam que ele seja.

SEXHOTEL - Jorge Geraldo/Rafael Videira (TURMA de HUMOR)


Sketch Auto-Paródia: Rui Cruz/Celso Pires (TURMA de HUMOR)

INT/NOITE - sala do piso 9
RUI e CELSO tentam apresentar um Sketch à turma e aos professores.

CELSO
O nosso sketch é assim: Epá é um v...

ANDRÉ
(interrompendo) Desculpem lá... tive agora aqui uma ideia e tenho medo que ela escape. É um rapaz que foi enviado para a Terra porque o seu planeta ia explodir e descobre que na terra tem super-poderes, tipo super força, voa, saiem-lhe raios pelos olhos. Epá e depois o único ponto fraco dele, para o gajo não ser indestrutivel, eram, sei lá... umas pedras verdes...

NUNO COSTA SANTOS
(inespressivo) Isso entra na categoria do “já foi feito”.
RUI CRUZ
Pois... adiante. Epá, então o nosso sketch é, tipo, uma cena de um gajo que é um vidente, mas só prevê eventos banais.
Silêncio. Ninguém se ri com excepção de Celso e Rui que riem da sua piada. Miguel interrompe esfregando as mãos em sinal de frio.
MIGUEL
Está frio, apetecia-me uma sopa quente... bem sabia que devia ter trazido a minha escalfeta...
CLÁUDIO
Epá... isto dava um sketch.
Borges levanta-se e vai fumar um cigarro.




CELSO
Espera aí que o nosso sketch ainda não acabou. Acho que vocês não perceberam a piada. Temos um gajo, que é vidente, ou seja, prevê o futuro, mas só prevê coisas banais. E depois há outro gajo que vai lá fazer uma consulta.
Celso e Rui riem. Silêncio na sala na mesma.

RUI
Epá, do género. Imaginem que vocês vão a um vidente e ele vos diz que hoje a noite a vossa namorada vai à casa de banho. Estão a ver? Isso é uma previsão banal! Isto é hilariante! Não estão a ver a piada? Mas onde é que isto não tem piada?
RAFA
Por falar em namorada... Já repararam que todas as gajas têm frio à noite na cama?

ELIANA
O Hitler dizia o mesmo da namorada dele.
AMILCAR
Isso era uma patologia, aquilo que nós psicólogos definimos, tecnicamente, como rabetice.

Toda a gente se ri de Amilcar. Rui e Celso frustrados.
IVO
Vocês sabem que o Barney do How I Met Your Mother é rabiló? Já viram o How I Met Your Mother? Eu adoro o How I Met Your Mother...
ANDRÉ
Epá! Tive agora outra ideia! Um cientista maluco inventa uma carro... sei lá... um Delorean, por exemplo... que é uma máquina do tempo. Depois um miúdo que é seu amigo anda para trás e para frente no tempo a tentar consertar coisas. Eles depois até podiam ir ao parar ao tempo dos Cowboys e tal... Que dizem? Ãh?!
NUNO COSTA SANTOS
(inespressivo) Isso entra na categoria do “já foi feito”.

Borges acende mais um cigarro.
JOÃO VEIGA VEIGA
Isto ainda vai demorar muito? É que ainda tenho que ir para o Alentejo e já são dez menos cinco...
JOÃO
Por falar em 5... já vos contei aquela do Jesus?
PEDRO
Epá... oh João, já chega man...
JOÃO
E o meu livro? Já viram o meu livro?
JORGE
óh João... eu não sei se tu sabes... mas eu jogo râguebi...
Borges acende um cigarro naquele que ainda está a fumar.
CELSO/RUI
Então e o nosso sketch? Porque é que ninguém se ri do nosso sketch?

CLÁUDIO
Epá... confiem em mim (pausa)“isto dava um sketch”.


quinta-feira, 25 de novembro de 2010

SEXHOTEL - Ana Russo/Eliana Sá (turma de humor)


SEXHOTEL - Ana Russo/Eliana Sá (turma de humor)


SEXHOTEL - anúncio TV, Jorge Geraldo/Rafael Videira (turma de humor)

Sex Hotel – Formato TV

INT. CONSULTÓRIO MÉDICO. DIA
Consultório médico normal, com uma marquesa, uma secretária e um boneco anatómico. Um HOMEM, por volta dos trinta e poucos anos, vestido de médico, estetoscópio ao pescoço, percorre o consultório de uma ponta à outra, dirigindo-se a uma porta.

HOMEM
Primeiro quis ser médico.

Atravessa a porta.

INT. ESCRITÓRIO DE ADVOGADOS. DIA
(Cena continua)
Percorre agora um escritório, com secretária repleta de livros e um portátil aberto. Veste agora fato e gravata.

HOMEM
Mais tarde quis ser advogado.

Atravessa outra porta.

INT. SALA NEUTRA. DIA
(Cena Continua)
Chega a uma sala branca, sem decoração alguma. Veste roupa casual e cuidada.

HOMEM
A minha mulher, gosta que eu seja mecânico, padeiro, canalizador, empregado da construção civil, cowboy, militar,…

O HOMEM continua a enumerar profissões contando-as pelos dedos, a sua voz deixa-se de ouvir.
Surge o Slogan no ecrã em intertítulos, ao mesmo tempo que uma voz o lê.

SLOGAN (V.O.)
No Sex Hotel, você pode ser tudo o que a sua mulher quiser.

Fade para negro. Ouve-se, mais uma vez, a voz do HOMEM.

HOMEM (V.O.)
… Sapateiro, lenhador, polícia de intervenção…

Fade Sonoro.
FIM

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

texto sobre o objecto - em discurso directo (turma de humor)


Daniel, sou o Charuto,

Melhor amigo dos cubanos, porque embacio os óculos e obrigo a malta a
fazer operações aos olhos. Outro grande amigo meu é Deus, nunca nos
separamos. A única vez que isso aconteceu dei-me mal: ele marcou golo
com a mão à Inglaterra, e eu não estava lá.

Não gosto de bigodes mal aparados. Gosto de me apresentar bem na rua,
sempre de camisa para dentro, a t-shirt dá-me um aspecto quadrado. Ao
resto da indumentária não dou especial relevo, nada que umas calças
não disfarcem.

Gosto de brandy, não gosto de café. Quanto ao meu clube, sou do
Sporting, influenciado pela cinza. Não gosto de revistas, gosto de
jornais. No início da minha combustão até fui do Benfica, mas deixei
de gostar de religiões porque não gosto que me atirem fumo para os
olhos. Gosto de fósforos, não gosto de isqueiros. Com o tempo também
aprendi que na Igreja só gostam de cigarrilhas.

Não gosto de ti, gosto do Miguel Sousa Tavares. Gosto de guilhotinas,
não gosto de pés.

Depois desta pequena passa sobre mim não podemos ser amigos, mas não
chores, podes-me tratar por charrrrruto.

Ivo Martins

STAND-UP Hitler (turma de humor)


Eu adoro Hitler.

Sabem por quê?
Hitler é o melhor argumento para quem quer vencer uma discussão.
A não ser, claro, que estejamos a discutir com um neonazi. Mas, se estivermos a discutir com um ser humano, use o Hitler que sempre funciona.

Outro dia, por exemplo, tava um sujeito na TV, num debate, a defender o fortalecimento do estado social. Tava a ir muito bem, até que um dos intervenientes mandou essa: “Sim, pois, fortalecer o estado social foi uma das primeiras medidas do Hitler quando subiu ao poder.” Pronto, depois disso o sujeito sumiu no debate. Quando chegou em casa o cão mordeu-o e a mulher nem lhe esquentou o jantar.

Hitler tinha apenas um testículo. Ele devia ser mesmo traumatizado com isso. Por não ter uma bolinha que cabe na palma da mão ele queria ser o dono de uma bola chamada Terra.

Usar Hitler para desqualificar o discurso de uma pessoa é tão fácil quanto desenhar um quadradinho preto embaixo do nariz de alguém.

Uma das minhas preferidas é quando vem um sujeito todo zen a dizer orgulhosamente: “Eu sou vegetariano, sou contra a crueldade com os animais.” Eu digo logo: “Ih, sabe quem também era vegetariano? ...O Hitler.”

Depois disso o sujeito nunca mais consegue comer uma alface sem pensar na pobre da Anne Frank em Auschwitz.

Hitler é um verdadeiro canivete suíço da retórica.

Por exemplo, se a sua namorada quiser que você a leve na ópera no dia em que tem “Barcelona e Milan” na TV, é só largar essa: “Hitler adorava óperas”.
Sua namorada vai mudar de ideias e ainda vai lhe servir cerveja gelada durante o jogo, para se redimir.


Outro canivete suíço da retórica é a fome no mundo. Deixa-me muito feliz que haja tanta fome no mundo.
Porque toda vez que eu faço uma asneira, sempre posso safar-me com o argumento da fome no mundo.

Funciona assim: imagine que um artista resolve fazer uma instalação de vanguarda, dessas que estão em voga tipo, “homem nu trancado em recinto de vidro com esculturas de fezes adornadas por pássaros mortos em putrefação”. Aí se alguém reclama do cheiro, dos direitos dos animais, do homem não estar com o peito depilado, o artista safa-se logo assim: “Com tanta fome no mundo e vocês a reclamarem disto.”
Já não está mais aqui quem falou.

O movimento homossexual marca uma Parada Gay em Fátima, no dia 13 de maio – mera coincidência. Quando a Igreja reclama eles safam-se lindamente: “Ai, com tanta fome no mundo e essa igreja católica a ocupar-se com a nossa party.”

Você está na cama com uma gaja que engatou na net, sua namorada chega de surpresa. Ela pergunta: “Mas o que é que está a se passar aqui?”
Você responde, “Ó querida, com tanta fome no mundo e estás a preocupar-te com isto??!!”

Sua namorada vai largar você na mesma. Mas você vai poder espalhar por aí que foi melhor assim pois ela é uma pessoa egoísta e insensível.

Para terminar, deixo-vos um aviso: para tudo há uma exceção e estas duas armas letais da argumentação – Hitler e a fome no mundo – só não funcionam em discussões com benfiquistas.
Benfiquistas têm sempre razão. Sempre.

ELIANA SÁ

AFORISMOS (turma de humor)

Subordinados aos temas: SEXO, RELIGIÃO, FOME, UNIVERSO, CHARUTO.

O astrónomo é um voyeur em escala universal.

A maior prova de que há vida inteligente em outros planetas é que eles andam a esconder-se de nós.

O que mais incomoda num charuto é o cheiro a riqueza que ele tem.

A fome na África sempre foi um prato cheio para os fotógrafos.

O Ramadão é o programa de fitness mais antigo que existe.

Ela fingia orgasmos múltiplos porque era uma mentirosa compulsiva.

Eliana Sá

A religião católica segue apenas as leis de Deus e não as leis do Homem. Percebe-se, porque condenam Adão e Eva pelo pecado original mas não repreendem Deus pelo voyeurismo.

A religião tem muito que se lhe diga, é por isso que tem um manual.

A religião, a troco de dinheiro e dedicação, promete a vida depois da morte - e está tão confiante que nem tem livro de reclamações.

A origem do Universo é como a vida sexual dos nossos pais: sabemos que lhe devemos a vida mas permanece um mistério.

Sexo é como o Sol: é bom, faz bem mas se demasiado prolongado… assa.

Se têm dúvidas de que o charuto é o rei do tabaco, reparem que é o único que merece a guilhotina.

Rafael Videira

Charuto é um cigarro que anda no culturismo.

Universo é como a estupidez humana, não tem limites.

Pedro Baptista

Fazer um cunilingus em apneia, é batota muito feia.

Para matar a sede não se mata nada, mas para matar a fome mata-se sempre
alguma coisa.

O abono de família está para nós como a nouvelle cuisine para um esfomeado: não
resolve o problema, mas é melhor que nada.

Ejaculação precoce é rir antes do fim da anedota.

Religião é acreditar cegamente numa coisa que não se pode ver.

A vasectomia é o nó mais útil que um homem pode dar.

Se a religião é o ópio do povo, os ateus são caretas.

Bolas de bilhar não passam fome, mas comem por tabela.

Deus é como o Ponto G: não temos a certeza se existe, mas queremos acreditar
que sim.

João Veiga


O homem só tenta chegar a Marte porque na Lua ainda consegue ouvir a sogra.

O charuto é um pobre cigarro que não consegue fazer dieta.
É fácil ter sexo com uma mulher casada. A excepção é a nossa.

Sexo é estar no sítio certo ao minuto e meio certos.
Os atentados da Jihad são como os suicídios colectivos das seitas, mas em formato festa-surpresa.

O primeiro erro de Deus foi pegar num homem com tantas costelas e escolher a única que não sabia conduzir.
Cláudio Almeida

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Gente Como Nós - crónica

Amo o que sou. Adoro o que faço. Partilho até um desabafo “Tenho em mim todos os sonhos do mundo”. Porém, razões casuais ou vontade própria do destino, podem-me trilhar outro caminho. Trapezista, homem do gás, hoquista ou tabledancer, não são pátios escuros. Não me esquivo a aprender a ser. Não rejeito saber fazer.
Contudo, uma coisa nunca serei na vida. Primeiro-ministro. Nunca. Nem pago, amarrado ou torturado por Júlia Pinheiro tentando no insucesso, ser agradável ao meu ouvido. Nem obrigado a ter relações sexuais com um senegalês, ainda que este me jure a pés juntos: - Pedro. Prometo que interrompo o coito. Mesmo forçado, num curto espaço de tempo, a cantarolar sem receio, uma canção de amor em torno da palavra trotineta, eu não quero. Sei da ínfima probabilidade que cada um tem de o ser. Mas não quero.
A razão da minha renúncia é simples. E sou gente comum. Um primeiro-ministro não. A mim perdoam-me invariavelmente o erro, a ele nunca. A mim, se me vêm na rua, quem me conhece comenta carinhosamente: - Olha. Lá vai o filho da Paula. Está crescido, o rapaz. Ao primeiro-ministro dizem: tem mesmo cara de palhaço. Eu, gente normal, se faço coisas boas, congratulam-me. Se faço algo mal, encorajam-me. Um primeiro-ministro o que faz de bom, já devia ter feito. O que faz de mal é normal porque todos fazem o mesmo.
Um homem que é gente, quando se torna primeiro-ministro deixa de o ser. Passa a ser saco de box do Mike Tyson que há em nós. Uma espécie de bacio de reserva que habita em cada condomínio nacional. Perde o direito de gente e ganha o estatuto de inumano. Agora é mau, insensível, deseja o pior para o país e por isso é que o conduz a isso. Ele faz de propósito. Pensam muitos. Como se ele não pudesse ser comum. Como se ele nunca tivesse adiado o despertador “mais cinco minutos” ou tirado em tempos um macaco do nariz. Como se ele nunca tivesse calçado, sem intenção, uma meia rota no calcanhar. Como se ele não fosse gente como nós.
Como não é, eu nunca o quero ser.

Pedro Magalhães

AFORISMOS - 3ª leva

A liberdade não se conquista pela fuga.
Alda Silvestre

Liberdade é poder escrever passevite num aforismo.

Os grandes traumas da infância: ir ao fotógrafo de gravata e usar suspensórios no primeiro dia de aulas.
Pedro Magalhães

A liberdade é como os tapetes de entrada: muitos a têm, poucos a usam

Ser livre é poder bater em pessoas livres.

As mulheres são como os suspensórios; podem vir em diferentes tamanhos e feitios mas o seu propósito é sempre o mesmo: ocuparem-se das nossas calças.

Os suspensórios são como o papel higiénico, só nos apercebemos que fazem falta quando já estamos nus.

O pão de ló, tal como a vida, é feito de camadas: e para captar a atenção de alguém, a exterior é que importa.
Sebastião Lopes

campanha para 'vender' um produto fictício


o SEX HOTEL da dupla Rita La Rochezoire / Pedro Vintém

SEX HOTEL: Rita La Rochezoire / Pedro Vintém


Sex Hotel - Rita La Rochezoire/Pedro Vintém


Sem contexto



(exercício sem 'que')

Posso dizer uma coisa fora de contexto? Gostava de não estar aqui. Gostava de não respirar o ar viciado, adormecer todas as noites com crianças a chorar ou ouvir mães a queixarem-se de inúmeras misérias. Posso dizer um coisa fora de contexto? Se me pudessem tirar daqui agradecia. Era óptimo não sentir a tristeza a escorregar por paredes pintadas de fresco e com um ar já envelhecido, sentir preces sussurradas no escuro em dialectos desconhecidos ou colocar os pés em chão de linóleo, a cheirar a lixívia todas as manhãs. Posso dizer uma coisa fora de contexto? Agora, interrogo-me para onde vai o dinheiro dos meus impostos. Quem está sentado na poltrona, com os pés em cima da mesa e com os bolsos a ferver. Porque aqui não está. Aqui onde as enfermeiras poupam na ligadura, as auxiliares na lavagem dos lençóis e a cozinha nos iogurtes do lanche não está. Posso dizer um coisa fora de contexto? Já me tinha esquecido: no hospital não há contexto.

Ana Ferreira Lobato

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

PITCH: trazer uma ideia e 'vendê-la' à turma


Ideia: Veicular publicidade em fachadas de edifícios urbanos.

De que forma: Projectar excertos de livros – p.e.: aforismos de Oscar Wilde, entre outros - nas paredes da cidade, nas zonas de maior movimento nocturno de modo a suscitar curiosidade e interesse pela leitura. Criando dinâmicas entre os diversos públicos, inserindo o conceito de leitura de uma forma provocadora num contexto inesperado e divertido, tirando assim os livros das prateleiras.

Objectivo: Propor novo veiculo de publicidade em simultâneo, fomentar a curiosidade e interesse por algo relevante, num contexto inesperado e de forma inovadora.

Sofia Pinote

MAIS AFORISMOS

(de destacar a quantidade e qualidade dos últimos - Ana de São João)

Se liberdade é passearmos um cão sem lhe apanharmos o cocó, então estaremos a interferir com a liberdade de algum sapato.
Nunca seremos completamente livres. Nunca estaremos completamente condicionados. Para sempre estaremos agarrados à nossa própria consciência.

Joana Galhardas

Comer Pão de ló assemelha-se à evolução do casamento. Quanto mais se avança, mais enjoo provoca.

A vida é como uns suspensórios. Estica, encolhe e num instante tudo cai.

Rui Filipe Ferreira

Portugal é um Pão de Ló, vale pouco mas é muito fofo.

Amor, quem não o complica, não o tem.

Filipe Carvalho

Se o Amor te faz querer voar, é melhor mudares-te para o rés-do-chão.

Leonor Cardoso


Amor é o que faz a gente fina em vez de sexo.

A liberdade começa quando o chefe se vai embora.

Amor é o que a mulher chama ao marido quando lhe quer pedir o cartão de crédito.
Paulo Falcão

As ganzas são os suspensórios da alma.

Pedro Vintém


O amor é como uma viagem de táxi em Lisboa, sabemos onde entramos mas nunca sabemos que caminho vamos seguir para chegar ao destino.

Todo homem é como o pão de ló, duro por fora e mole por dentro.

Pitta

O casamento é como uma fastidiosa refeição, em que o pão-de-ló é comido antes do prato principal.

Rita La Rochezoire

Há fases na vida em que somos apenas as calças à espera de que os nossos suspensórios nos aguentem o peso.

Alda Silvestre


O amor é a mais violenta forma de afecto.

O amor é como o pão-de-ló. Parece fácil, mas basta uma distracção para se queimar.

O pão-de-ló é o vestido preto da pastelaria. Fica bem com tudo.

Os suspensórios são um cinto bipolar.

As mães são os suspensórios da vida: podem ser antiquadas, foleiras e por vezes incómodas, mas são as únicas que nos seguram e puxam para cima quando estamos a fazer figuras tristes.

Amor de mãe é redundância.

Quem não chora, não ama.

Ana de São João

SEXHOTEL - anúncio Páginas Amarelas


Leonor Cardoso / Rui Filipe Ferreira

Ana São João / Sofia Pinote - SEXHOTEL


SEXHOTEL: Ana São João / Sofia Pinote (para todos os gostos)


SEX HOTEL: Ana São João / Sofia Pinote


Trabalho em dupla: campanha para produto fictício


Sofia Pinote e Ana São João