sábado, 4 de dezembro de 2010

Perfil de Personagem + sinopse



A história de um jovem no inicio dos 20 que foi abandonado pelos pais ainda bebé e que cresce num orfanato. Aos 8 anos uma brincadeira iniciada por ele origina a morte acidental de 3 outros colegas de orfanato. Ele fica com parte do corpo queimado e a cara ligeiramente desfigurada. Mas aquele episódio em vez de deixar um sentimento de tristeza e arrependimento deixa-lhe um sentimento de prazer e satisfação. E este sentimento confuso irá marcá-lo até ao fim da sua vida. É julgado como juvenil e enviado para um reformatório até completar os 18 anos. Nesse reformatório é abusado e agredido por outros jovens delinquentes que o deixam completamente traumatizado e revoltado com o mundo. No reformatório conhece um guarda que simpatiza com ele e o tenta ajudar depois de ele cumprir a pena. Arranja-lhe um quarto para ficar e consegue-lhe um trabalho como auxiliar num hospital. Ele vai tentado levar uma vida normal mas aquele episódio quando tinha 8 anos nunca o deixou de atormentar. Aquele sentimento de prazer e satisfação foi algo que ele nunca tinha sentido antes e que nunca mais tinha voltado a sentir. Seria ele um potencial criminoso? Como iria ele conseguir evitar que este sentimento se apoderasse da sua existência e o transformasse numa pessoa má e violenta. No decorrer da história vemos momentos em que ele tenta aproximar-se de alguém do sexo oposto mas é imediatamente afastado de forma grosseira devido ao seu rosto ligeiramente desfigurado. Esses acontecimentos acabam por voltar a despertar o seu lado selvagem e violento. É então que começa a andar pela noite à procura de alguém em quem descarregar toda aquela violência. Mas ele tenta fazer frente aquele desejo pois sente que não é uma pessoa violenta e maldosa. É então que consegue encontrar no hospital uma medicação que consegue controlar melhor esta necessidade e esta curiosidade pelo violento. Começa a roubar aquela medicação e automedica-se para controlar o seu estado. Mas ele sente que qualquer novo episódio pode precipitar um desfecho diferente e um caminho de volta para a violência. Entretanto conhece uma enfermeira no hospital com quem começa a criar uma boa amizade. Eles começam a conversar durante os turnos no hospital e começam também a sair algumas vezes juntos fora do trabalho. Ele acaba por se apaixonar por ela mas acaba por não ser correspondido pois ela apenas sente amizade por ele. Este momento acaba por despoletar novamente aquele sentimento de revolta e gosto pela violência. É então que, numa das vezes em que rouba o medicamento do hospital, é surpreendido por esta enfermeira. Ela ameaça entregá-lo às autoridades e é então que ele sente necessidade de tomar alguma acção. Ele acaba por agredi-la deixando-a inconsciente. Depois arranja forma de a levar para sua casa onde a mantém prisioneira até decidir o que fazer com ela. Será esta a sua vítima seguinte depois do incidente da sua infância?

Paralelamente a esta história, vimos a história de dois detectives do departamento de homicídios que andam atrás de um serial killer que anda a matar mulheres na casa dos 20 e que vai sempre deixando marcas em todas as suas vítimas. Estas duas histórias são contadas paralelamente de uma forma intercalada. Sempre que vimos o nosso protagonista principal durante a noite à procura de alguém em quem possa descarregar aquele sentimento de revolta, na cena seguinte acompanhamos os dois detectives a processarem mais uma “crime scene”. Desta forma, damos a entender que é o nosso protagonista que anda a matar estas mulheres mas na realidade não é. Os detectives vão analisando as provas dos crimes e acabam por encontrar um possível suspeito. Neste momento, estes detectives dirigem-se à casa do suspeito e esta acção coincide com a altura em que o nosso protagonista mantém refém a enfermeira que ele raptou do hospital. Os detectives forçam a sua entrada na casa do suspeito e encontram este a preparar-se para cometer outro crime e acabam por prendê-lo antes de este o conseguir. Voltamos a acção para o protagonista principal que se encontra ainda a pensar no que fazer com a enfermeira. Ela está amordaçada e ele decide retirar aquilo para poder falar com ela. Ela pergunta-lhe porque razão ele anda a fazer aquilo e porque razão a raptou. Ele explica-lhe que durante a sua infância tinha tido um acto violento que lhe tinha dado um sentimento de satisfação e que o tinha deixado bastante confuso. Neste momento observamos o protagonista principal a mudar de t-shirt e ela pergunta-lhe o que tinha acontecido para ele ter o corpo queimado e é neste momento que acabamos por descobrir que a enfermeira que ele raptou é irmã de um dos colegas de orfanato que ele tinha acidentalmente morto quando tinha 8 anos. Descobrimos que ela também andava no mesmo orfanato e que até eram amigos e brincavam juntos. O nosso personagem vê-se perante a possibilidade de voltar a ter aquele sentimento que tinha tido quando era criança e com alguém que também fez parte dessa fase da sua vida. Esta situação deixa-o ainda mais confuso e sem saber o que fazer. Ela implora que ele não lhe faça mal e que a deixe ir embora mas o nosso protagonista não aceita. Ela tenta explicar-lhe que ele não precisa fazer aquilo, que ele é uma boa pessoa e que tem a oportunidade de se redimir do mal que tinha feito anteriormente. É então que o nosso protagonista percebe que a única forma de deixar de sentir aquele sentimento de revolta e angústia é tirando a própria vida. Ele pega numa arma que tinha conseguido arranjar, observamos ele apontá-la à enfermeira e neste momento afastamos o plano deles e apenas ouvimos o som de um disparo. Quando voltamos a mostrar o plano deles encontramos a enfermeira a chorar e apenas vimos parte do corpo dele deitado no chão e a arma caída ao lado da mão.

Outra alternativa para a história é a seguinte. Em vez de ser uma enfermeira que ele conhece no hospital pode ser um homem da idade dele que acaba por se tornar grande amigo. O resto da acção é a mesma mas no final descobrimos que este amigo dele foi um dos criminosos juvenis que estiveram com ele no reformatório e que o tinha agredido. Neste caso, o nosso protagonista não se suicida mas mata o seu amigo. Nesta situação, o seu acto de violência acaba por ser justificado e até libertador.

Nuno Carrão

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